Imóveis… Vovô já dizia, no alto de sua sabedoria nada ortodoxa: “Compre terra que terra não desvaloriza”. Quanto há de verdade na frase do vovô, dita há sabe-se lá quantas décadas?

            A ideia de que o imóvel traz segurança ainda persiste e sim, deve ser respeitada. O que muda é que a compra pura e simples de um imóvel para aumentar a coleção de carnês de IPTU já não é tão bem vista. Comprar um imóvel, para que ele seja de fato um gerador de receitas e não uma usina de despesas é sim, como diz o título relativamente exagerado, uma arte.        

Deste modo, você sabia que a compra de um imóvel deve ser tratada com a mesma seriedade da abertura de um negócio? Para adquirir um bem imóvel é sugerido ao potencial comprador um estudo de viabilidade similar ao sugerido num plano de negócios empresarial. Nada melhor do que listar os questionamentos que são pertinentes à compra do bem.

            Primeiramente, há de entender o propósito da compra: se é para locação, se é para uso próprio, ou ainda se é por estar num preço notadamente abaixo do mercado. E para cada caso citado acima, análises devem ser feitas, individualmente, para perceber a iminência ou não do retorno desejado. A título de exemplo, para comprar um imóvel com fins de receita advindas de locações, há de se considerar o retorno sobre o valor investido (e considerar aqui o imposto de renda), valores de manutenção do imóvel quanto da desocupação do mesmo, despesas com o imóvel quando não locado, e a lista não para aqui.

            Em seguida, importante entender o quão comercial é o imóvel que está se adquirindo. Obviamente, imóvel por definição não tem alta liquidez, mas existem imóveis com maior ou menor potencial de brilho no mercado. Neste ponto, alerta máximo para comprar bens que estão uma pechincha, mas de fato são de difícil aceitação de mercado.

            Após os questionamentos acima, entender a circunvizinhança é fator primordial para a finalidade do imóvel que está sendo adquirido. A abertura de um estabelecimento comercial pode ou não ser aprovada em função da localização do bem; uma casa pode ser mais ou menos facilmente locada devido a sua proximidade com centros industriais, escolas e supermercados.

            A cavalaria para ajudar nessa arte passa por profissionais diversos: advogados são indispensáveis para boas confecções de contratos e análises de certidões negativas; os corretores contribuem com uma incrível gama de produtos a serem ofertados e com a real intenção de catalisar o negócio; e por fim, o consultor financeiro, que pode ajudar não só nas questões supra citadas, mas tantas outras que normalmente as pessoas sequer se dão conta de investigar (lembre-se do plano de viabilidade do negócio).

            Sabedoria de vovô é coisa séria! Ainda que haja uma corrente, a quem se deve respeito, que acredite que não há mais viabilidade em comprar imóveis, há de se concordar que terra sempre irá se valorizar. Mas com a ressalva que já fora destacada: imóvel tem que ser fonte de ativos, e não de passivos.